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AMOR tóxico

        Como já dizia Camões “Amor é fogo que arde sem se ver, é ferida que dói e não se sente”. Pois, por mais que o amor possa nos proporcionar felicidade, alegria e demais emoções... ele também pode vir junto com a raiva, o medo, a tristeza, entre outros. Todas essas emoções são extremamente válidas e até mesmo necessárias, entretanto é preciso existir um equilíbrio entre elas para que a relação não se torne ruim, no quesito a saúde mental e física.  

 

É importante entendermos que o amor nem sempre é como em um conto de fadas ou como o idealizamos. Mas, independente disso, a balança precisa pender mais para o lado de uma relação satisfatória e saudável, do que para uma relação prejudicial. Estamos falando sobre o famoso amor tóxico.

 

A gente pode entendê-lo como aquele amor que não é saudável. Mas é preciso saber diferenciar as variantes que o termo “tóxico" pode apresentar. Veja bem, alguns podem compreendê-lo como aquele amor que não deu certo, no qual as pessoas envolvidas nele cometeram alguns erros ou vivenciaram situações que quebram com esse ideal de amor saudável. Porém, existem aqueles amores tóxicos que ultrapassam os limites de um relacionamento com algo ou alguém. Por exemplo, os relacionamentos abusivos, tanto os românticos quanto os demais amores (amor familiar, amor próprio, etc).

 

Dito isso, percebemos que existem mais de uma compreensão sobre o termo “tóxico”. De um lado temos o amor tóxico que não representa fielmente a idealização de uma relação. Do outro lado temos que é tóxico no sentido que não faz bem físico e psicologicamente para as pessoas envolvidas. Este amor tóxico ou relação tóxica pode ser encontrado em todos os tipos de amores. O vídeo a seguir representa a presença desse elemento tóxico em alguns dos amores que já abordamos aqui.

      Por mais que o amor tóxico seja tão amplo, muitas vezes é difícil identificá-lo, principalmente quando estamos imersos nele. Ele pode se apresentar em nossa relação, através de nós, do outro ou de ambos. A psicóloga Gabrielly Brasca denota que existem maneiras simples de começarmos a reparar que algo em nossa relação não está certo.

"Há algumas maneiras de identificar uma relação tóxica e abusiva. Como sentir um medo exacerbado quando precisa dar sua opinião sincera sobre algum assunto, porque teme a reação do parceiro(a). Se o seu companheiro(a) não permite que você tenha amigos, saia para se divertir sem ele, fique olhando suas conversas ou pedindo para ver seu celular. Ou, em outro caso, que deixe você sair, mas sempre faça muito drama com a questão. Se você se sente infeliz quando sai sozinho, com culpa em se divertir. E é claro, as situações mais óbvias, como quando o parceiro(a) é agressivo, se descontrola com muita facilidade, grita, te machuca de alguma forma, te empurra, entre outros."

 

Por isso precisamos sempre avaliar nossas relações, sejam elas românticas, familiares, próprias, religiosas, trabalhistas, etc. Pois conviver e insistir nesse tipo de relacionamento, sem nenhuma mudança, pode nos prejudicar tanto emocionalmente como mental e fisicamente. E a partir do momento que identificamos que aquela relação não está boa, devemos buscar uma rede de apoio - amigos, família, profissionais - para nos auxiliar enquanto modificamos esses relacionamentos para se tornarem bons para todos ou nos afastamos deles

O advogado Adnan Advíncula fala sobre como a sociedade se altera ao longo dos anos e como as leis também são modificadas para cada vez mais trazer proteção para as pessoas. No caso dos relacionamentos tóxicos, cada vez mais a nossa sociedade compreende a problemática deste e as leis, por sua vez, são criadas e modificadas para proteger as vítimas e punir os agressores.

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      Temos como exemplo o Divórcio, que ao longo dos anos mudou sua percepção perante a sociedade e também as leis foram modificadas para permitir uma maior facilidade para que as pessoas, principalmente as mulheres, possam se livrar de um casamento que não está mais bom. Click aqui para visualizar o texto do áudio a seguir.

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      E como nossa estrela Elza Soares cantava: ''Cadê meu celular? Eu vou ligar pro 180. Vou entregar teu nome. E explicar meu endereço. Aqui você não entra mais, eu digo que não te conheço! Cê vai se arrepender de levantar a mão pra mim''. Se você estiver passando por alguma situação de amor tóxico ou conhece alguém que esteja, procure ajuda! Denuncie! 

     A temática do amor tóxico precisa ser entendida por todos nós, inclusive pelas crianças. A professora Bruna de Castro diz que essas relações prejudiciais estão presentes dentro do ambientes escolar e do ambiente familiar dos alunos. Por este motivo ela acredita que os educadores devem abordar esse assunto com as crianças, de acordo com a suas respectivas faixas etárias. 

"É de suma importância que o aluno saibam identificar as atitudes e características de uma relação tóxica. Para que isso aconteça o professor deve trabalhar esse tema dentro da sala de aula, mostrando aos alunos que um relacionamento entre duas pessoas tem que ser saudável. Pois esse tipo de relação pode trazer várias consequências negativas para a criança/adolescente como: o mau desempenho escolar, prejuízo à saúde psicológica, desânimo, medo e a disseminação de energia e pensamentos negativos. Uma criança que tem relacionamentos abertos e respeitosos em casa raramente aceitará amizades tóxicas na escola. Uma criança que é submissa, que por sua vez se sente superior, pode estar refletindo a situação que vê em casa onde o amor e a violência (não necessariamente física, mas principalmente psicológica) se confundem, e ela instintivamente busca o mesmo padrão.  De qualquer forma, ter relacionamentos conflitantes em casa não significa que a criança esteja destinada a ter apenas relacionamentos ruins pelo resto da vida. Esse sistema pode mudar, por exemplo, quando a criança em questão passa pelo curso de terapia, ou quando tem a oportunidade de observar outras relações afetivas em outras famílias com as quais entra em contato."

A professora aponta que os professores podem buscar formas de ensinar sobre esses temas, através de atividades lúdicas. Também podem fornecer palestras para alertar os pais e responsáveis para que eles fiquem atentos as atitudes das crianças e que juntos possam conquistar um desempenho melhor.

 

"A gestão escolar pode sugerir uma exposição para alunos, pais ou responsáveis e aberta a comunidade escolar aonde terá esse assunto abordado em cartazes confeccionados pelos alunos, palestras de profissionais, apresentações árticas ilustrando fatos que podem acontecer no dia-a-dia e relatos de pessoas que já vivenciaram esse tipo de acontecimento. Vale lembrar que esses temas podem ser trabalhados com todas as faixas etárias da escola, mas adaptando para cada ano escolar. Por isso, é de suma importância que a família e a escola caminhem juntos para que o estudante tenha um bom desenvolvimento escolar e pessoal."

 

Ensinar desde cedo que devemos cuidar de nós mesmos e nos afastar do que nos faz mal, pode ajudar a construir um jovem e futuramente um adulto que saiba a importância de estar sempre avaliando as suas relações e por sua vez lidar com que não estiver lhe fazendo bem. 

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MARCO ANTôNIO

AMOR TÓXICO

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Acredito que como todo relacionamento o começo é muito maravilhoso e de fato eu vivi os melhores momentos da minha vida. Mas também eu vivi os piores. A gente acabou machucando muito um ao outro! No fim das contas teve muita sacanagem dos dois lados. Eu aprendi a reconhecer abuso no relacionamento. Não só quando a pessoa está sendo abusiva, mas quando eu também estou sendo... pra não poder repetir esses erros.

(ambos os envolvidos na história são maiores de idade)

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